A família Bugomil foi uma seita religiosa cristã medieval que surgiu na Bulgária durante o século X. Acredita-se que o nome Bugomil vem de Bogomil, que significa "amigo de Deus" em búlgaro antigo. Os Bugomils eram considerados dissidentes do cristianismo ortodoxo, já que suas crenças se distanciavam da doutrina oficial da Igreja. Eles defendiam uma visão dualista do mundo, acreditando que o universo era governado por duas forças opostas: o bem e o mal. Essa crença se assemelhava ao maniqueísmo, uma religião persa que havia se difundido pela Europa Oriental. Os Bugomils também questionavam alguns dos dogmas cristãos, como a divindade de Jesus Cristo, a ressurreição dos mortos e a existência do inferno. Eles rejeitavam o culto aos santos e às imagens, considerando-os uma forma de idolatria. A seita defendia ainda o vegetarianismo, a simplicidade de vida e a igualdade entre homens e mulheres. Por conta dessas ideias heterodoxas, os Bugomils foram perseguidos pelas autoridades eclesiásticas e políticas da época. Eles se espalharam por vários países da Europa Oriental, como Sérvia, Romênia e Rússia, e deixaram vestígios em outros lugares, como Itália e França. Apesar das perseguições, os Bugomils resistiram por vários séculos, até serem assimilados por outras correntes religiosas. Hoje em dia, a família Bugomil não existe mais como grupo religioso organizado, mas suas ideias influenciaram o pensamento dos chamados "hereges" e "cátaros" que surgiram na Europa medieval, deixando um legado importante na história das religiões.