A família Boilesen é originária da Dinamarca e teve um papel de destaque no cenário empresarial brasileiro do século XX. O patriarca da família, Henning Albert Boilesen, chegou ao Brasil em 1947 para trabalhar como representante de uma empresa dinamarquesa. Em seguida, fundou sua própria empresa de equipamentos industriais, a A/S Hedemann-Ryssel & Skandinavisk Staal AB, que se tornou uma das maiores do setor no país. Além de seus negócios, Henning Boilesen também se envolveu com a política e se tornou um dos principais financiadores do regime militar que governou o Brasil de 1964 a 1985. Ele foi presidente da Associação Brasileira de Anunciantes, membro do Conselho Superior de Propaganda do Governo Federal e membro do Conselho Deliberativo da Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura. A participação de Henning Boilesen no regime militar foi marcada por seu apoio às práticas de tortura e repressão política. Ele foi um dos principais financiadores do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão política que ficou conhecido por suas práticas de tortura e assassinatos. Boilesen também foi acusado de ter participado diretamente de sessões de tortura. Em 1971, Henning Boilesen foi sequestrado e morto por militantes da organização guerrilheira VAR-Palmares em uma ação que ficou conhecida como "Operação Grito do Ipiranga". Sua morte causou comoção na sociedade brasileira e levou o regime militar a endurecer ainda mais sua política de repressão. A família Boilesen continuou a ter um papel de destaque no cenário empresarial brasileiro, mas seu nome ficou marcado pela ligação com o regime militar e com as práticas de tortura e repressão política.